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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A convergência que pode levar à democratização

Este ano está sendo muito importante para o avanço do debate sobre necessidade da democratização da comunicação no Brasil. Cidades de todo o país se organizaram para receber as etapas regionais e municipais da I Conferência Nacional de Comunicação, que será realizada nos dias 14, 15, 16 e 17 de dezembro em Brasília.

No final do mês de outubro, Pelotas sediou a Conferência Livre de Comunicação, uma fase preparatória para a etapa nacional. Em Porto Alegre, além da etapa regional, estão ocorrendo diversos encontros para discutir os processos midiáticos como um todo, visualizando a participação da sociedade como elemento fundamental para mudança do atual paradigma.

Recentemente a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) trouxe ao estado pesquisadores destacados na áreada cibercultura, por intermédio do X Seminário Internacional da Comunicação. Durante a atividade pôde se perceber que, as discussões sobre as novas tecnologias, vão ao encontro das necessidades públicas e apontam para a importância de se viabilizar o acesso a tais meios. Na manhã de ontem (11), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), recebeu os professores Bruno Lima Rocha (Unisinos) e Eduardo Vizer (Universidade de Buenos Aires) para debater os dispositivos legais que geram a formação do monopólio dos meios de comunicação e, assim, traçar um paralelo com a mudança do espectro de radiofreqüência na Argentina, onde foi aprovada a Lei dos Meios.

Uma série de outras experiências também tem contribuído, de forma permanente, para o aprofundamento teórico e prático do fazer comunicacional. O Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS), da Unisinos, é um exemplo destas manifestações, já que, há seis anos, discute a democratização sob o viés da Economia Política e atua junto à comunidade local. Após realizar o curso “Mídia, Democracia e Políticas Públicas”, o grupo está organizando o 3° Seminário de Pesquisa CEPOS, que acontecerá no mês de dezembro. O evento é aberto ao público e irá apresentar os resultados das pesquisas dos trabalhos de alunos do Cepos. Para mais informações acesse o site: http://www.grupocepos.net/

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Um espaço para a reflexão

Seminário Internacional, realizado na PUC, foi um convite à novas abordagens sobre a mídia. Além da presença de Michel Maffesoli, destaque para a participação dos brasileiros: Muniz Sodré e André Lemos, cada um trazendo um novo olhar sobre a cultura e a tecnologia, relacionando, de maneira muito especial, o diálogo inerente às práticas coletivas e o imaginário social através da cibercultura.

Já no primeiro dia do X Seminário Internacional da Comunicação, o sociólogo francês, Michel Maffesoli definiu o pensamento como uma forma de tradução. Para ele, é através de exercícios críticos sobre o fazer comunicacional que se permite “passar de uma margem à outra”, ou ainda “colocar as particularidades dentro de um pluralismo coerente, buscando algo que é, ao mesmo tempo, geral e particular”. Maffesoli é professor da Sorbonne, em Paris, e Diretor do Centro de Estudos sobre o Atual e o Quotidiano (CEAQ), tem várias obras dedicadas ao estudo da pós-modernidade, dentre as quais se destacam temas relacionados à cultura, política e socialidade.

A mesa de abertura do seminário contou com a presença do também sociólogo e jornalista brasileiro, Muniz Sodré, ele esteve ao lado de Maffesoli para discutir a “Comunicação e o imaginário Social”. Sodré contextualizou a relação entre Brasil e França abordando aspectos do imaginário coletivo e das trocas simbólicas, as quais realizam, ainda hoje, um importante intercâmbio entre esses dois países. Passando às relações do cotidiano, destaque para a experiência apresentada pelo professor João Maia, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). No segundo dia de palestras, ele procurou mostrar como as novas tecnologias podem servir de instrumentos para promover a produção local, fortalecendo a cultura das comunidades e propondo, através da web, uma resistência à cultura de massa. Em sua explanação, Maia, discorreu sobre a experiência da favela Mangueira – RJ.

No penúltimo dia, o professor da Universidade de Comunicação Federal da Bahia (UFBA), André Lemos, falou sobre a questão da mobilidade social dentro da perspectiva emergente de novas formas de comunicação. Sua intervenção contribuiu para a esclarecer que o espaço urbano está em constante movimento, amparado em novas mídias, e, isso, por si só, torna relevante o estudo da cibercultura, pois estaria repercutindo diretamente nas práticas sociais contemporâneas.

O evento foi realizado graças a uma parceria entre o Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação da PUC e a Universidade René Descartes Paris. O seminário faz parte do Ano da França no Brasil, uma iniciativa dos governos desses países com o intuito de aprofundar as relações bilaterais não apenas no campo acadêmico mas também, no político, cultural e econômico.

*Na primeira foto, estão sentados da esquerda para direita: Patrick Tacussel Jacques Wainberg, Michel Maffesoli e Patrick Watier.

**Na segunda foto, estão sentados da esquerda para direita: Martine Xiberras, Andre Lemos , Eduardo Pellanda, Stéphane Hugon, Federico Casalegno, Jean-Martin Rabot

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O cativeiro do capital

No final do mês de outubro a Agência de Notícias Repórter Brasil, conhecida pela sua atuação em defesa dos Direitos Humanos, publicou mais uma reportagem denunciando a prática do trabalho escravo no país. Desta vez, foram libertados 17 trabalhadores na cidade de Vitória (ES). Eles dormiam num galpão sem direito a consumo de água potável e tampouco tinham acesso aos equipamentos necessários para a realização do trabalho manual. Além disso, a jornada era duríssima, cerca de 12 horas por dia, inclusive nos finais de semana. Os operários eram responsáveis pelas escavações das canaletas que alojam os cabos óticos da operadora de telefonia celular Claro e foram aliciados no estado do Rio de Janeiro.

Vale lembrar que a Claro faz parte de uma rede de companhias telefônicas controladas pelo empresário mexicano Carlos Slim. A América Móvil e Telefonica, é representada pela Claro no Brasil, sendo a maior operadora de celular da América Latina, com mais de 140 milhões de celulares funcionando sob sua transação comercial. Para se ter uma idéia, a fortuna adquirida por esse magnata das telecomunicações, já ultrapassa, até mesmo, a do co-fundador da Microsoft, Bill Gates.

As empresas multinacionais baseiam-se nos princípios do neoliberalismo para aumentar seus lucros e, assim, aprofundam as desigualdades sociais, levando um enorme contingente de trabalhadores ociosos ao desespero. Sem opções, eles aceitam qualquer possibilidade de emprego para tentar sobreviver. Quando a intervenção do governo no mercado de trabalho não é capaz de solucionar este problema, o capital estrangeiro, que beneficia apenas os empreendimentos internacionais, aprisiona os operários em situação de miséria por meio da labuta, os quais, por não terem alternativa, aceitam passivos aquilo que determinam seus capatazes.

Esse novo tipo de escravidão condiciona milhares de trabalhadores a transitarem entre o ócio e o suplício, já que não possuem as condições mínimas para exercerem uma atividade digna de garantir o seu sustento. Os donos do capital esbanjam fortunas, as quais ultrapassam os 30 bilhões de dólares, como no caso de Slim. Enquanto isso, a maioria dos trabalhadores que vivem em situações análogas à escravidão, se tiverem a sorte de receber, será algo entre R$ 3,00 a R$ 7,00 por metro escavado.

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