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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Uma televisão de classe

Ainda é muito recente, mas não deixa de representar um importante avanço no árduo caminho pela democratização da comunicação no Brasil. Há pouco mais de um ano, no dia 23 de agosto de 2010, entrou no ar a TV dos Trabalhadores (TVT), antiga produtora de vídeos do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Criada para registrar a trajetória de luta dos operários do ABC, sobretudo durante o período de redemocratização do país, a TVT precisou esperar mais de duas décadas para obter a autorização do governo e passar a operar um veículo de mídia. Situação bem diferente das milhares de concessões destinadas a políticos conservadores e igrejas neo-pentecostais, durante este mesmo período.

A luta é antiga
Em 1987, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - então deputado federal e principal liderança sindical do ABC - chefiou uma comitiva designada para dialogar com Antônio Carlos Magalhães (ACM), ministro das Comunicações do Governo Sarney. Este último, diga-se de passagem, um dos principais recordistas em distribuir outorgas para aliados políticos, talvez comparado apenas a Fernando Henrique Cardoso, que repetiu a dose anos mais tarde visando sua reeleição. Como se pode imaginar, os metalúrgicos tiveram seu pedido negado pela dupla ACM e Sarney. Mesmo assim, continuaram sonhando com a consolidação de um projeto robusto na área da comunicação, o qual, desde o início, incluía uma emissora de televisão voltada aos interesses da classe trabalhadora.

Tal projeto só tornou-se possível graças aos recursos oriundos do Fundo de Greve. A experiência de reorganização do movimento sindical - a partir das mobilizações ocorridas no triênio 78/79/80 - contribuiu não apenas para a sustentação da famosa greve dos 41 dias, como deu frutos na área da comunicação alternativa. Em 1991, criou-se a Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho, que tem como órgão instituidor e mantenedor o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Esta entidade emplacou um aporte de R$ 15 milhões de reais como prova de que poderia manter o projeto e, ainda, capacitou a TVT aos critérios técnicos e jurídicos exigidos pelo Ministério das Comunicações, no sentido de legalizar a emissora. Hoje, a TVT está operando em sinal aberto apenas na frequência do canal 46 - UHF, em Mogi das Cruzes, mas a parceria estabelecida com a Associação dos Canais Comunitários do Estado de São Paulo (Acesp) e a compra de espaço para retransmissão de conteúdo na Nova Geradora de Televisão (Rede NGT) possibilitam que a programação chegue a onze estados brasileiros.

Programação
A grade de programação da TVT conta com uma hora e meia de produção própria por dia, sendo o restante complementado pela TV Brasil. O carro-chefe é o Seu Jornal, programa que vai ao ar de segunda a sexta, das 19h às 19h30, e, no qual, entre os colaboradores, estão figuras como o ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, atual comentarista político, e o correspondente internacional Flávio Aguiar, antigo editor-chefe da Agência Carta Maior. Outros cinco programas complementam a grade de programação dos metalúrgicos. São eles: Memória e Contexto, Melhor e Mais Justo, Clique e Ligue, ABCD em Revista e Bom para Todos. Cada um possui suas especificidades, mas, de forma geral, apresentam documentários, debates, reportagens, entrevistas e, recentemente, foi preparado, também, um programa de humor. Todos os programas são abertos à participação do público, por intermédio do site www.tvt.org.br. No portal também é possível acompanhar a programação em tempo real, ou acessar vídeos específicos, já que os programas ficam disponíveis para futuras visualizações.

Neste mesmo espaço virtual, o internauta tem acesso às produções colaborativas. São audiovisuais enviados por operários de chão de fábrica, lideranças comunitárias e movimentos sociais, sendo veiculados durante o telejornal da emissora. Cabe destacar que, em 2010, foram distribuídas câmeras digitais e celulares com tecnologia de captação de imagens para a base da categoria e, também, para diversos segmentos sociais excluídos do foco seletivo da chamada "grande mídia". Esta medida incentiva os trabalhadores a produzirem conteúdo, resultando muitas vezes em produções contra-hegemônicas; com destaque para a visão diferenciada de quem, antes, estava acostumado a ver suas demandas criminalizadas pela mídia da classe patronal e, hoje, torna-se protagonista da sua própria história.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Estereótipo e debilidade do humor televisivo

O estereótipo permanece a matéria-prima do humor na televisão brasileira, mesmo que algumas experimentações tentem construir situações mais inteligentes e respeitosas à diversidade. Há mudanças de roupagem e reelaborações, mas o resultado final continua o mesmo: ofender para entreter. A abundância de humorísticos na TV de hoje não representa necessariamente variedade de formatos e conteúdo. Piadas homofóbicas e misóginas continuam prevalecendo e, ao serem requentadas na caçarola pós-moderna do jornalismo cômico, atingem níveis de crueldade infelizmente compatíveis com os de audiência, revelando a debilidade dos produtores da mídia privada em inovar correndo algum tipo de risco.

O caso que mais tem chamado a atenção ultimamente é o do humorístico Custe O Que Custar (CQC), veiculado toda segunda-feira pela Band, a partir de formato original da produtora argentina Eyeworks – Cuatro Cabezas, realizado em diferentes países do mundo desde a década de 90. Um dos apresentadores do programa, Rafinha Bastos, já foi, inclusive, acionado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), onde está sendo investigado por incitação ao crime de estupro. A ação foi motivada por uma declaração do humorista em seu show de comédia stand-up, onde ele teria dito que “toda mulher que” reclama por ter sido “estuprada é feia”; merecendo “um abraço”, e não cadeia, o homem que cometeu tal ato.

Rafinha é formado em jornalismo no Rio Grande do Sul e, antes de ingressar na Band, como um dos integrantes do CQC, trabalhou em outras emissoras televisivas, inclusive com passagem pela TVE gaúcha. No entanto, sua formação acadêmica e profissional não foram suficientes para impedi-lo de utilizar a mesma postura dos shows de stand-up em um canal de televisão cuja concessão é pública. Em maio deste ano, após se envolver em uma polêmica com a blogueira Lola Aronovich, o líder do CQC Marcelo Tas o defendeu publicamente, ameaçando processá-la por dirigir críticas generalizadas em repúdio à bancada do programa.

Concessão pública não é palco de circo

Neste caso, as declarações de Rafinha ocorreram durante o CQC 3.0, uma espécie de extensão do programa televisivo, transmitido via internet após o término do humorístico da Band. O apresentador debochou da prática de aleitamento materno em locais públicos, direcionando este ato para o apelo sexual em torno da imagem feminina. Na última semana de setembro, ao comentar a gravidez da cantora Wanessa Camargo, Rafinha teria declarado que “comeria até o bebê”, gerando repúdio generalizado. Cabe lembrar que apologia à pedofilia, violência contra a mulher e tantas outras incitações criminosas são passíveis de punição penal.

Contudo, a última “pérola” do jornalista metido a engraçadinho não passou impune pela cúpula da emissora da família Saad. A direção da Band decidiu tirá-lo do CQC, em meio ao debate de sempre, em que qualquer reação a iniciativas preconceituosas são tachadas de censura, como se a sociedade não tivesse o direito de reagir ao ultraje, intencionalmente confundindo ações com interesse público e outras com objetivos privados, contribuindo para a falta de esclarecimento da população. O episódio como um todo deve levar a pensar o uso que as emissoras de TV fazem da concessão pública que recebem.

Anteriormente, em agosto do mesmo ano, durante o quadro “Top Five”, que elege as cinco principais gafes da TV brasileira, Bastos havia chamado Daniele Albuquerque, esposa do dono da RedeTV!, Almicare Dallevo, de cadela, enquanto a achincalhava por não conseguir pronunciar corretamente a palavra “octógono”, durante entrevista realizada com o lutador Vitor Belfort. Rafinha chegou ao ponto de dizer que, se fosse ele, “teria dado uma cotovelada na apresentadora”. Na semana seguinte, desculpou-se em rede nacional, tendo suas escusas aceitas por Albuquerque, antes de reincidir no preconceito e no desrespeito.

Alternativa e produção popular

Não obstante, o sexismo e o preconceito são uma constante no humor da TV brasileira, como atestam Zorra Total, da Rede Globo, e A Praça é Nossa, do SBT. No caso do Zorra Total, também contribui fortemente para a naturalização de crimes como abuso sexual e homofobia. Têm destaque no programa quadros em que homossexuais são ridicularizados e mulheres sofrem abuso em vagões de um trem. A rotina do trabalhador brasileiro exige muito sacrifício e para as mulheres é ainda pior. Muitas vezes, além da dupla jornada de trabalho, elas são submetidas ao assédio sexual no caminho de ida e de volta do serviço.

Essa realidade certamente poderia ser retratada por outro viés. Não apenas separando o que é cômico do que é matéria jornalística, mas, sobretudo, denunciando a violação dos direitos humanos e procurando salientar o verdadeiro humor proveniente do mundo do trabalho. Se toda piada inevitavelmente ofendesse alguém e qualquer medida visando ao seu controle fosse uma forma de censura, conforme argumentou Rafinha em defesa própria, seria interessante satirizar também os proprietários dos meios de produção; ou ainda os jornalistas soberbos, que acreditam ser independentes e não passam de marionetes do poder econômico, considerando a quantidade de merchandising presente em programas como o CQC.

Como uma luz no fim do túnel, opondo-se à lógica das “brincadeiras de mau gosto”, uma iniciativa criada através de parceria entre a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAV/Minc) e a TV dos Trabalhadores (TVT) apresenta-se como alternativa. O projeto Qual é a Graça?, em desenvolvimento desde agosto de 2011, para veiculação até o final do ano, objetiva criar uma atração com oito episódios focando o humor presente no dia-a-dia do povo brasileiro. Para chegar à formulação do programa, um conjunto de ações está sendo desenvolvida, chamado Na batalha, reunindo diretores de teatro, cineastas, palhaços e atores independentes. São, em suma, seminários e oficinas de roteiro e atuação, os quais ocorrem também em ambiente online, através do site www.nabatalha.com.br.

Uma nova proposta de humor

Em agosto de 2010, a TVT, parceira na concepção desta experimentação audiovisual, passou a operar o canal educativo 46-UHF, na cidade paulista de Mogi das Cruzes. Atualmente, através de parcerias com canais comunitários e, sobretudo, por intermédio do endereço eletrônico www.tvt.org.br, é possível acompanhá-la em qualquer parte do país e do mundo. Das suas seis produções próprias (o restante do horário opera em rede com a TV Brasil), o noticiário Seu Jornal destaca-se pelo viés crítico e participativo. Por meio do jornalismo colaborativo, lideranças comunitárias, operários de chão de fábrica e militantes de movimentos sociais veiculam suas realizações, apresentando suas bandeiras de luta.

A emissora, intitulada “dos trabalhadores”, pertence ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. A trajetória dos operários do ABC e o protagonismo na apropriação das tecnologias de áudio e vídeo são emblemáticos na história do movimento social brasileiro e remontam aos anos 80, época em que a experiência de vídeo popular fez erigir o conceito de contra-informação. Se esta proposta for levada também ao campo do humor, poderá se inverter mais do que apenas o foco da piada, pois, ao denunciar a realidade do trabalhador brasileiro sem perder a graça, pode-se fazer erigir uma nova proposta cômica, onde o humor deixa de ser agressivo e torna-se construtivo, ou ainda, propositivo.

Originalmente publicado em: Observatório da Imprensa

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Record abre mais um atrito no mercado oligopólico de comunicação

Reproduzo texto do companheiro Anderson Santos, no qual dou uma pequena contribuição.

Por Anderson Santos & Eduardo Menezes

Todos sabem que por conta da concorrência no mercado televisivo a Rede Record tem sérias e públicas desavenças com a Rede Globo de Televisão; que, por conta da parceria das Organizações Globo com o Grupo Folha da Manhã na gerência do Valor Econômico, a emissora também não deixa sem resposta críticas da Folha de S. Paulo. No último dia 11 foi a vez da Revista Veja entrar na lista.

Por duas semanas, a Coluna Radar.com trouxe informações sobre problemas internos na Rede Record, inclusive, com suposta ameaça de greve dos funcionários por falta de pagamento. Algo inimaginável por se tratar de um grupo de comunicação que, desde que foi resgatado de uma crise nos anos 90 ao ser adquirido pelo mesmo grupo da IURD, conta com recursos extra-midiáticos para se manter, pouco importando na prática que a Globo ainda continue com mais da metade do bolo publicitário.

O proprietário da histórica emissora utilizou o “Domingo Espetacular” do dia 11 deste mês para responder às acusações da revista. Como já fizeram com outros desafetos – casos da própria Rede Globo e, de forma mais recente e mais frequente, com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira –, o tom foi pesado, com direito a denúncias jamais contadas em TV aberta. A matéria começou denunciando as relações do Grupo Abril com o grupo de mídia sul-africano Naspers, que teria apoiado o apartheid na África do Sul. Este tem 30% das ações da empresa brasileira, que teriam sido adquiridos num momento de crise do grupo brasileiro.

Após chamar cada empregado da equipe de reportagem e perguntar quando receberam o salário atrasado, repetindo uma fórmula parecida dos cultos televisivos, o bispo da IURD sugeriu que a revista poderia mentir mais vezes: “Eu fico pensando quantas outras mentiras eles devem veicular nessa revista”. Segundo Macedo, as denúncias, de uma revista que ele quase não lembrou o nome, viriam num momento “importante” para a TV brasileira, em que outra emissora transmitirá os Jogos Pan-Americanos. Além disso, a saída de alguns atores para a Globo seria algo “natural” num mercado em concorrência: “Se nós estivéssemos em crise, você acha que responderíamos desta forma [publicamente] a essa revista?”

Sobre a disputa em si, lembramos que enquanto a Record se posiciona favorável aos governos petistas, seja do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou da atual presidenta Dilma Rousseff, a Revista Veja se coloca como o meio de comunicação mais crítico a ele. Uma clara divergência de posicionamento político, mesmo que provisório e não de classe.

No caso da Record, a aproximação com o governo de turno não passa de estratégia comercial. A presença de repórteres ex-globais na emissora emergente contribui para travestir as disputas no mercado. O embate editorial não representa nenhuma ruptura com a essência conservadora e a adesão aos princípios liberais. Nesta empreitada em busca de atingir o topo, figuras conhecidas do “jornalismo global” como como Paulo Henrique Amorim, Luiz Carlos Azenha e Rodrigo Vianna são fundamentais para marcar o contraponto – que é também virtual – aos articulistas da Rede Globo e da Revista Veja.

O consenso ideológico da chamada “grande mídia brasileira”, muitas vezes recorrendo a mentiras para atacar adversários políticos, tem colocado em xeque a credibilidade do principal telejornal e da revista de maior tiragem no país. A Record sabe disso e, empenhada em credenciar-se perante a audiência, busca por parceiros que, na atual conjuntura política, possam ajudá-la a atingir seu objetivo.

Se a líder é anti-petista, mesmo incorrendo em um erro estratégico devido à enorme aceitabilidade do último governo, nada mais coerente do que explorar esta brecha. Diferente do que faz a Rede Globo, a emissora da IURD não impede seus jornalistas de manterem blogs próprios sem hospedarem-se sob o domínio da própria empresa. Assim, os ex-globais ficam livres para tecerem críticas aos ex-chefes.

Obviamente as contestações à família Marinho são muito bem-vindas pelo atual empregador. A revista dos Civita entra na disputa Globo X Record por estar afinada com os interesses político-comerciais da líder, sendo os principais articulistas desta publicação muito próximos das forças políticas responsáveis pelo acordo com a Time-Life.

Mas o pior é que a disputa em questão tende a ficar ainda mais acirrada após a aprovação da Lei Federal 12.485 – antigo PLC 116. A nova legislação do serviço de TV por assinatura abre o mercado para as empresas de telecomunicações e, segundo reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo, a Record supostamente pretenderia fechar um acordo com a Oi na busca por disputar mercado com o portal G1 através do IG, em que cederia vídeos.

Cabe lembrar também a proximidade do governo petista com a Portugal Telecom, que rendeu a aquisição de aproximadamente 25% de participação na antiga operadora brasileira, a qual deveria ser um “gigante nacional” após a fusão Brasil Telecom/Oi. Isso está se intensificando e atinge também o mercado editorial. Principalmente através das articulações do ex-ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu, cuja esposa é Diretora de Marketing do jornal Brasil Econômico, periódico pertencente à Ejesa, na qual a portuguesa Ongoing – que tem 10% da Portugal Telecom – tem 30% de participação.

Como é difícil definir quem fala mais a verdade, Record ou Veja – afinal, jornalismo-verdade, ilusoriamente objetivo, só ocorre em lema de emissora de TV –, o importante em mais um racha na classe dominante dos meios de comunicação do Brasil é que só nesses momentos algumas denúncias sobre os proprietários destes meios são difundidos de forma massiva.

Pensar as relações de negócios em âmbito político-econômico é uma premissa necessária para entender a falsa polarização encabeçada pelos principais grupos de comunicação brasileiros. Se, por um lado, os empresários se mexem, de outro, o governo procura aproveitar a nova configuração de disputa no mercado midiático para obter maior inserção discursiva junto à sociedade. Com isso, segue faltando o de sempre: espaços expressivos para o protagonismo dos movimentos sociais, com o investimento pesado em canais essencialmente públicos.

Originalmente publicado em: Estratégia & Análise

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